E mais uma vez a morte te esfrega a cara de que você nunca estará pronto para ela.
Que a vida é mesmo curta e que esse tamanho pode ser minucioso e inimaginável.
Que quem nasceu ontem pode morrer amanhã e quem nascerá amanhã pode respirar por apenas alguns segundos.
Que por mais que pensemos que estamos no caminho certo, o certo pode ser uma batida de carro em uma manhã de sábado.
Que ela te cobra aprender a estar vivo para que talvez ela tenha uma chegada impactante, para que talvez ela gargalhe na cara de quem fica pois mais uma vez fomos tolos em amar.
Amar quem nos abraça e quem faz parte de nossa história, quem cria um laço do que se foi e hoje o ir é extremamente doloroso.
Ame, ame mesmo, sorria e deixe a sensibilidade te massacrar.
O amor de que se é obrigado a sentir, pois só assim a morte terá o seu grande final.
Que seja eterno enquanto dure, pois não irá durar.
- J.K.
O que sentir quando o seu peso é o vazio?
O que sentir quando a sua única luta é se perguntar como respirar?
Como lutar contra o dissociar de sua mente? Essa vontade de mofar no sofá da sala enquanto as horas é sugada pelo canudo de suas veias?
Como ter disciplina quando tudo vira autocobrança?
Como ter autocontrole quando é o descontrole que te orienta?
Essa necessidade de sentir a euforia do tudo ou nada, sabendo que o efeito do café não passa da porta de entrada?
Por que a euforia? Não posso ser apenas uma alienada? Que segue um relógio barato e um patrão mal-encarado? Não seria mais fácil?
Uma vez ouvi que ser ignorante tinha seus privilégios, que o ignorante não sente pois não há o que sentir sem a consciência de uma dor. Só aceita e segue o destino que a vida lhe escolheu.
Talvez se eu tivesse seguido o destino que a vida me escolheu, eu não teria euforia para preencher.
Talvez esse seja o meu destino... ou... o que a vida me escolheu.
- J.K.
Me bate uma angústia ao saber que minha realidade está apenas em minhas mãos e no meu café amargo.
Observar as coisas está em minhas veias e o ser humano é o mais curioso a ser observado, talvez seja por me identificar ao saber que observo alguns reflexos.
Entender que não entendemos a vida e que somos intensos demais para entrar no ritmo.
Corremos contra o tempo na mesma medida em que nos desesperamos com a insana vontade de ficar imóvel.
De apenas estar presente em uma terça-feira com mais uma xicara de café enquanto os pássaros dançam ao cantar, porque para alguns, a vida é arte.
Alegria, paixão, angústia, medo, desespero, áreas selvagens.
Sentir cada parte de seu corpo estremecer com a euforia de estar vivo. A mesma que te apavora a alma sabendo que a vida é uma imensa guerra, externa e interna, que por dentro precisamos nos achar e por fora achar os outros. Outros que também procuram.
Mas pôr o que? O que procuramos?
Apenas nos colocaram aqui com perguntas e sorte de quem encontrar uma meia resposta.
Bom, mas continuamos a guerrear contra o tempo, contra os nãos e o despertador matinal de mais um dia estar preparado para talvez um SIM.
Pois já que fomos projetados com tantos detalhes, que pelo menos exploremos essa loucura sem respostas que nomearam de estar vivo.
Pelo menos.
- J.K.
Minha vontade é de te ligar agora e dizer que estamos sendo loucos.
Em pouco tempo você se tornou minhas noites e para ser sincera, não tenho pressa para que a manhã chegue.
Mesmo sabendo que a chance de darmos certo são mínimas, mas o nosso mínimo é pequeno ao tamanho de nossa necessidade de nos abraçar.
Estranho, confuso, imaturo, intenso, exagerado, com medo.
A sua agressividade briga com o seu cuidado refletido sobre o seu medo de mais uma vez ser machucado.
Mas eu preciso que você entenda que eu quero tentar fazer dar certo essa nossa imaturidade.
Nem começamos a primeira linha e no meio de tantas turbulências a única coisa que eu enxergo é você deitado em minha cama.
Gostaria que nossa distância fosse baseada em minutos, que a nossa diferença fosse apenas entre o açúcar no café, na cor de nossa pele.
Mas para ser sincera (mais uma vez), eu gosto desse perigo, a sua vida bagunçada me faz querer saber qual é o sabor do oposto.
Não poder te ter na hora em que meu controle diz mandar.
A ideia de termos cidades para visitar e amigos para conhecer.
Bom, isso se a nossa diferença não nos sabotar, ainda corremos perigo.
- J.K.
As vezes eu sinto a sua falta.
As vezes me bate aquela vontade de mandar um ‘’Oi” e dizer que se você quiser podemos tentar de novo.
As vezes a minha única vontade é de receber uma notificação escrita com o seu nome, acompanhada de um ‘’Me desculpa, eu fui imatura! Você ainda é importante.”
Eu gostaria de poder escrever o quanto nós duas sabemos como as suas atitudes foram fatais. Mas eu não sei se você concorda comigo, afinal, você estava sendo “sincera”, não é mesmo?
Eu odeio o fato de ainda esperar um sinal seu.
Odeio mais ainda saber que mesmo depois de tudo... Eu te perdoo.
...
Você consegue enxergar o tamanho da bagunça que você fez? Você veio com a sua alma... e levou a minha junto.
Obrigada.
- J.K.
Meu peito rasga ao dizer que sim. São apenas os brilhos dos meus olhos ofuscando mais uma vez a realidade.
Mas que realidade é essa? Não te conheci o suficiente para poder escrever sobre você.
Por que eu escrevo sobre você?
Por que me entala a garganta ao saber que não sei todas as suas vontades?
Que imensa curiosidade é essa de saber como é ser apenas sua? Eu nem gosto de você, você não me deu liberdade. Não me deu oportunidade. Não me deu nada além de noites pouco aproveitadas.
Por que quero saber como é estar com você no frio das manhãs nubladas, nas tardes corridas, nas noites cansadas sendo que nem estive com você nas manhas de sol, nas tardes calmas, nas noites curiosas?
Por que quero pegar na sua mão e desfilar por aí me sentindo a mulher mais bonita e amada pelos seus olhos sendo que seus olhos pouco me olharam, pouco me encararam, pouco me quiseram...
Sinto que já deu, precisava praticar minha escrita e aqui esta novamente sobre você. Espero que na próxima, já possa mudar a história.
Me deixo aberta ao novo, ao desconhecido, ao que não tem o seu nome.
Essa narrativa que já se foi a um tempo, e eu, estou indo também.
- J.K.
Quais são os olhos que eu te ensinei a me olhar?
O que você sente quando a sua direção esta direcionada a minha?
Você realmente parou para prestar atenção em minhas palavras ou foi apenas alguns segundos de seu dia?
Por que isso deveria ser importante se você não é importante?
Realmente, minha intensidade assusta. No começo era assombroso, mas a mesma frequência que ela vem ela ensina como lidar com ela, até porque é extremamente fácil lidar quando a água é limpa.
Pode ficar onde você está, não estou pronta. Ainda construo minhas curvas, que por mais que você pense, não estão sendo construídas para você.
- J.K.
Meu coração pulsa ao te ver sambar, enquanto minhas sobrancelhas se declinam mostrando em minha face a decepção de não ser o reflexo em seu olhos. Você é uma das criaturas mais belas que tive a honra de sentir o calor de sua pele! E é isso que arranca a minha! Pois preferia ter tocado os seus sorrisos matinais, a sua dança no final do dia, o silêncio do seu colo.
Seus olhos procuram alguém para doma-los, porque você quer! Você quer alguém que faça seu coração pulsar ao vê-la sambar, enquanto suas sobrancelhas se levantam mostrando em sua face que mais uma vez você encontrou o amor por um reflexo que não tem meu nome. Pois é ,você quer.
- J.K.
O quanto você pensa que me desconcerta?
O quanto você acha que consegue arrancar minhas escamas?
Será que meu anseio por um prato sobressaiu o pouco que é você?
Você realmente consegue se olhar como quem já ganhou esta corrida?
Já parou para pensar que eu poderia ter apresentado apenas meus lados apresentáveis? Com toda a intenção de fazer você sentir o que está sentindo agora?
Que talvez, só talvez! A vilã te olhe com os olhares que você quer enxergar?
Sendo uma mulher marinha diante de um homem que jura que aprendeu a manusear uma isca?
Você realmente acha que sabe pescar?
Que o banquete está posto com o seu melhor peixe?
Você jura??
- J.K.
Eu gostaria que você soubesse que eu ainda estou aqui... com a mesma xícara quente de café, com o mesmo sofá e o mesmo coque no cabelo.
Eu gostaria de te dizer também que o nosso tempo foi pouco. Que o pouco que te dei não chegou a ser uma batida de minha estrutura. Que em minha vida tudo é agitado e o seu gosto calmo era o que faltava em minhas paredes.
Eu gostaria de ter te mostrado os meus livros prediletos, o meu melhor pijama e qual é a sensação do calor de meu abraço após o por do sol de domingo.
Eu gostaria de tantas coisas que neste momento transbordam sobre o meu peito e apenas respingam alguns traços por aqui. Na certeza de que minhas águas são imensas, e que você de fato gostaria de ousar mergulhá-las.
- J.K.
Você aparece. Como quem surge do esquecimento de meus lábios, da minha farra. Trazendo contigo convites, perguntas, expectativas, comparações enquanto enche duas taças de vinho. Segurando uma flor entre os dedos, aquecendo-a e puxando-a para seus pulmões na mesma sintonia em que me puxa para dentro de você, sendo eu, desta vez, a protagonista de sua noite.
Você me balança em meados seus olhos, de sua postura que finge não saber sua importância, seu legado. Insiste para que eu fique esta noite, que seja sua, enquanto abre as minhas pernas com as suas em seu pequeno sofá, me beijando, implorando para que eu te implore um pouco mais, Mais, MAIS...
Virando a noite agarrados, me acordando aos abraços, despertando para mais um dia em sua corrida rotina. Na qual minhas histórias, a partir deste momento, começam a perder a cor. E assim retornamos a quem ontem éramos, dois desconhecidos agora conhecidos por uma noite que existirá apenas em nossos pensamentos, ou, apenas, nos meus.
- J.K.
Será que o problema esta em mim que ao perder meu tempo te observando consegui analisar cada traço de suas caras e bocas, desvendando suas diversas faces ou você é realmente quem você diz ser?
Será que posso te olhar como quem mostra a alma ou posso arrancar essa pelagem de bom moço?
Será que você precisa tanto dessa afirmação de ser foda ou esse é apenas mais um show seu? Me diz você, ou você vai fingir mais uma vez que eu não fui a sua maior perda atuando sobre uma peça de desinteresse?
Não sei, me diz aí, ou melhor, sorria mais uma vez e eu te direi qual expressão melhor usar. A atriz aqui não sou eu?
- J.K.
E mais uma noite você me carrega, sabendo desde o início quais eram as suas virgulas, duvidando de suas propostas. Se não fosse os seus puxões e seus olhos escuros, talvez eu ainda estaria aqui...
Creio que o que me fez mudar o sentido do mapa foi o desafio que havia em suas águas, encontrei um oceano perverso com cheiro de moleque, como quem esta pronto para se jogar em um novo conto, uma nova história.
Eu que não fujo sabia que minha âncora era firme o bastante para você, todas as minhas fichas estavam sobre a mesa, prontas para serem afundadas pelas suas mãos em minhas pernas.
Mais uma vez a minha estrutura é fraca, sabendo disso você sorri colocando-a em prova, assim, com a leveza de quem sabe o que quer, me desmorona mais uma noite em suas ondas.
- J.K.
Eu não vou mentir em dizer que já não imaginava o nosso fim, eu sabia que o fim chegaria no auge da minha vontade, ele sempre chega ao ponto de deixar mais uma cicatriz.
Estava curiosa para saber como seria esse fim… Conexão? Falta de reciprocidade? Desentendimento? Eu não podia saber, afinal, quando o assunto é os outros eu nunca tive controle mesmo.
Enquanto você era alguém que eu podia e queria que fosse importante, para você eu fui como todas as outras que você tocava na tentativa de fechar o buraco existente em você.
Não usarei mais a sua dor para justificar as suas atitudes, quem quer, quer. Cansamos de dizer o quanto isso é obvio.
Você nunca amou ninguém além dela, essa falta faz você usar qualquer uma que esteja em seu caminho. Infelizmente, eu fui uma. Amenizou a sua dor, fazendo outra em mim.
- J.K.
E com o tempo eu vi meu pai envelhecendo, minha mãe usando óculos para ler, minha irmã construindo a sua pequena grande família. Escutei meu irmão me perguntando o porque eu estava longe, e porque eu tive que ir morar tão longe, em uma cidade tão grande e que estava com saudades. Respondi que fui atrás do meu agora consequente do meu sonho, que a vida é feita de escolhas, e que precisei acompanhá-los através dos quilômetros. Mas que ia valer a pena, que um dia olharíamos para trás e conseguiríamos nos orgulhar da nossa história.
Somos capas e escritas, e nesse capítulo, consigo enxergar a velocidade do tempo, da alma em desdobre, da alma mais conecta com o céu e a realidade. Dela sendo apenas ela.
- J.K.
Eu quero alguém que me faça perder o chão com o simples toque de pele.
Alguém que me faça querer ver somente as estrelas brilhando em seus olhos.
Alguém que me faça suar todos os dias ao anoitecer do inverno.
Alguém que me olhe como quem já conquistou o mundo em meus abraços.
Alguém que eu possa repousar, deitar em seu peito deixando para trás todas as maldades destiladas.
Alguém que seja sincero, inteiro, que seja intenso na medida da minha intensidade. Alguém que esteja vivo em todos os meus mundos, que mostre para todos o quanto é forte na certeza de que meu quarto é o melhor lugar para ser vulnerável.
Alguém, apenas.
- J.K.
Como te esquecer se você me invade antes mesmo de eu fechar minhas pálpebras?
Como tem coragem de filtrar os meus olhos sobre a realidade do que é você?
Como tem coragem de beijar o canto de minha boca com o morno de seus lábios?
Como consegue me olhar como quem olha o céu sabendo que não tem forças para voar?
Como tem coragem de dizer que me quer só para me manter em suas historias?
Como?
Como te odiar sem mesmo ter te amado.
-J.K.
Odeio.
Odeio os traços da sua risada.
Odeio a suavidade da sua fala.
Odeio o castanho dos seus olhos tão intenso que faz meu corpo inteiro pulsar.
Odeio fazer parte do grupo de pessoas que se apaixonaram por você.
Odeio me dar tanto por um segundo da sua atenção.
Odeio querer você todas as horas.
Odeio minha falta de controle quando o assunto é você.
Odeio o calafrio, o medo, o desejo, a raiva por saber que quanto mais eu tento não pensar em você…. pois é.
- J.K.
Você vai me procurar, você vai me procurar nas entrelinhas do meu silêncio, do meu não.
Vai tentar achar no fundo da minha aura qualquer mísera faísca do que um dia foi você, sentindo o arrependimento de ter sido nada, te queimar!
Ah! sim, você saberá! Saberá que quem acendeu esse fogo foi você quando não me ligou de volta. Sem saber que um dia me olharia como quem não existe mais no meu consciente.
A indiferença vai te corroer com o mesmo ácido que hoje me corrói.
- J.K.
Talvez a gente se encontre daqui 1 ou 5 anos e quem sabe, você me queira.
Me olhe com os mesmos olhos que hoje eu te olho... E talvez eu te olhe com os mesmos, que nem me olharam.
Talvez as nossas realidades estejam tão distintas que olhar... não seja mais importante.
Que esse fogo não fará falta pois eu me habituei a não te querer. Enquanto você nem se quer me quis.
Pois é... Talvez!
Não, não é para você.
- J.K.
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